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IzaBeats

Por trás das câmeras

Nossa colaboradora IzaBeats bateu um papo com a galera da Indie Go. e traz para vocês o outro lado do documentário 'Lo-Fi Hip Hop, Beats & Sentimentos'.




Hoje é um dia aguardado por muitos de nós aspirantes do Lo-Fi! Afinal hoje é o dia de lançamento do documentário 'Lo-Fi Hip Hop: Beats & Sentimento', um dos únicos materiais a abordar o tema e a documentar o desenvolvimento do gênero no Brasil.

Lo-Fi Hip Hop, Beats & Sentimentos


O papo de hoje é com duas pessoas que fazem parte da equipe Indie Go. responsável

pela realização deste incrível projeto. Felipe Ferreira Silva, que foi coordenador de produção, produtor executivo, roteirista e pesquisador do projeto, e Gustavo de Castro, diretor, roteirista, diretor de arte e editor. Eles me falaram um pouco sobre como foi o

processo de idealização e produção de um documentário desse porte, o que rolou nos

bastidores, e os desafios de fazer tudo isso acontecer em situação de plena pandemia.


IzaBeats: O que motivou a Indie Go. a fazer um documentário falando sobre a cena de lofi

no Brasil?


Felipe: A decisão pelo tema se dá por essa produtora acreditar que possui o poder de dar luz e destaque para assuntos tanto sociais, quanto artísticos, para aqueles que não são vistos. O Lo-Fi Hip Hop é um gênero em completa ascensão, com um forte aumento na quantidade de público consumidor nos últimos anos, mas que é pouco explorado ou exibido nos meios visuais.


Hoje o Lo-Fi possui a sua visibilidade mais concentrada para os meios auditivos, sendo difícil encontrar qualquer material que fale sobre o gênero, explique-o e contextualize-o. A obra vai aderir ao conceito visual e estético que o Lo-Fi naturalmente propõe. O gênero, que possui um baixo custo de produção, é pouco promovido no mercado atual, porém através da internet vem tendo sua reprodução difundida entre o público prevalecente da geração “Y”. A conceito do próprio gênero, a viabilidade mercadológica se torna mais alcançável, exatamente por conta de os artistas não colocarem, a princípio, a questão financeira como

prioridade e nesse momento demandarem por materiais que deem visibilidade aos

seus trabalhos, e que difundam o material, a estética e a cultura.


IzaBeats: Quantas pessoas estiveram diretamente envolvidas no processo de produção do

documentário? E quais as suas respectivas funções?


Gustavo: Foram 8 pessoas de produção, 2 ilustradores e 14 entrevistados.


IzaBeats: Como as entrevistas ocorreram em paralelo ao momento de pandemia?

Felipe: Devido às limitações e até mesmo prevenções contra os riscos de contágio pelo Covid 19, a metade das entrevistas foram realizadas de forma remota, compondo a maioria dos cenários apresentados no documentário como ambientes caseiros dos próprios entrevistados (quartos, sala etc.). Todas as locações presenciais foram pensadas de forma cautelosa para o não contato com outras pessoas, visando o bem-estar e segurança de todos. O processo de gravação online foi feito através de vídeo chamada por computador, onde além da gravação da tela, foi procedimento que todos os convidados também se gravassem através de seus celulares, para assim obter-se uma qualidade de imagem e som melhor, facilitando o processo de montagem e edição pois qualquer instabilidade na internet causaria falhas na transmissão da chamada.


Porém, Yuri Bastos (Linearwave), Daniel (Colours In The Dark), Pedro (Chiccote’s Beats) e Rafaela foram acompanhados em gravações presenciais. A entrevista com o Daniel foi realizada em uma rua com pouquíssima movimentação e fora do horário de pico. Para iluminar o local foi utilizado apenas um softbox, uma vez que a gravação foi noturna.

A casa de um dos membros da produtora, foi de fato locação utilizada para gravar com os artistas Linearwave e Leo Franciozi, seguindo assim o que já havia sido planejado na pré produção.


Nessa gravação foram utilizadas grande parte da mobília original da casa, levando de fora apenas alguns itens de decoração e poucas luminárias, seguindo assim a proposta da Direção de Arte. As gravações com a Rafaela Diniz foram feitas no apartamento da própria entrevistada, utilizando toda a mobília original do lugar. Foi utilizada a sala para gravar a entrevista, depois foram realizados alguns inserts na mesa que tinha próximo a cozinha. Foram realizados outros inserts também na varanda e na área de lazer do prédio dela.


Nossa última gravação foi com o Pedro Henrique (Chiccote’s Beats) em sua própria casa. As gravações foram realizadas no porão onde ele possui seu home estúdio. Fora o entrevistado, havia apenas mais três membros de produção nessa diária. Para essa entrevista também foram gravados alguns inserts com ele em uma praça perto de sua residência.


IzaBeats: O que envolve o processo de fazer um documentário como este?


Gustavo: É necessária uma pesquisa bem elaborada por artistas, pois, muitos produtores de Lo-Fi são discretos, então não mantém as redes sociais tão ativas e muitas vezes são desconhecidos do público. Como algumas entrevistas foram presenciais, foi necessário muito cuidado e uma logística muito bem elaborada. Uma das partes cruciais, é tentar entender o publico que consome esse tipo de música e pensar em como transmitir a mensagem e o sentimento envolvido no projeto. Algo importante, foi consumir mais esse estilo de música, não apenas para algo específico, pois desse jeito é mais fácil de entender os artistas. Além de algumas outras questões e dos processos de pré, pós e produção, é necessário muita resiliência, principalmente por se tratar de uma obra que teve gravações

online, muitos imprevistos acontecem e não podemos nos desesperar.


Felipe: A produtora decidiu realizar as reuniões online para acerto das decisões referente a edição e finalização do projeto. As pessoas designadas para essas tarefas, se reuniram em plataformas de reuniões online, como o Google Meeting e compartilhavam ou filmavam tela, para os demais integrantes, pois, dessa maneira, todos conseguiam visualizar o projeto mais rapidamente, permitindo um fluxo de trabalho mais dinâmico entre as pessoas envolvidas. Além disso, também foi realizado um grupo específico para essa categoria, podendo manter uma troca de informações mais constantes. O grupo optou por uma pessoa desenvolver a linha do tempo completa do documentário no software de edição Adobe Premiere Pro 2019, enquanto os outros envolvidos, auxiliavam remotamente e editando materiais brutos de vídeo e artes gráficas do projeto. Além da utilização do programa Adobe Premiere Pro 2019, também foi utilizado os softwares Adobe After Effects

2019 e Adobe Photoshop 2019.


Sempre que pronta uma versão do vídeo, o integrante responsável por desenvolver a linha do tempo, exportava o arquivo e enviava esse vídeo para o site Youtube, porém, deixando a visualização do vídeo como não listado, permitindo assim, que só as pessoas do grupo, possam ver o progresso do trabalho. Durante a pós-produção, foram discutidos alguns elementos de arte para inserir no documentário, como a colorização, textos, efeitos, mixagem de áudio, artes gráficas e imagens da internet para contextualizar melhor a concepção artística e objetivo do documentário. O documentário foi dividido em capítulos

em momentos chaves da linha do tempo, nesses momentos, acontece uma mudança de

trilha sonora ou utilização do silêncio, para contextualizar melhor. Toda a trilha sonora do projeto é composta por músicas de Lo-Fi Hip Hop dos próprios entrevistados, tendo uma trilha sonora totalmente nacional.


Para mesclar de forma agradável e harmônica as gravações remotas e as gravações presenciais, foram pensadas modelos de background de imagem para colocar no fundo das

gravações remotas, pois essas, não possuem a mesma qualidade de imagem, então,

ao serem adicionadas no documentário, seu tamanho de janela é menor que as outras imagens gravadas com a câmera, por isso foi necessário mais de um background que combinassem com o tema, para não se tornar repetitivo.


IzaBeats: Há quanto tempo esse projeto vem sendo planejado?


Gustavo: A produtora vem trabalhando a ideia de fazer clipe musical de Lo-Fi, desde outubro de 2020, porém, por causa da pandemia de COVID-19, isso teve que ser adiado, com isso, no final de abril do de 2021, abraçamos a ideia de produzir um documentário que contasse sobre o Lo-Fi no Brasil, pois, dessa maneira não iríamos nos afastar do gênero, então foram 2 meses e meio produção.


IzaBeats: A visão que vocês tinham sobre o Lo-Fi brasileiro mudou depois desta produção?


Gustavo: Com certeza, em vários aspectos. Primeiro que a gente não sabia nada sobre a cena Lo-Fi brasileira e depois de todas entrevistas, percebemos o quanto ela é forte e unida, principalmente se comparada a outros gêneros. Segundo, como ouvinte, percebi que as musicas vão muito além de beats para dormir, é possível escutar Lo-Fi para qualquer situação, só para relaxar, o sentimento dentro das composições são intensos. E por último, fiquei muito feliz com a acessibilidade de produzir uma música desse estilo, a dinâmica dentro do Lo-Fi, possibilita uma pessoa produzir dentro de casa e sem equipamentos de um estúdio profissional, algo que achei fantástico.


E, aí! Também ficou empolgado pra assistir o documentário?

Então anota aí: Hoje às 19 horas acontecerá o lançamento no canal da Tangerina Music e no Instagram @lofibrasil.

Recomendo que você não perca este marco do Lo-Fi brasileiro!


Ficha dos Entrevistados:

Artistas: Yuri “Linearwave”, Leo “Leo Franciozi”, Pedro Henrique “Chiccote’s Beats”, Daniel “colours in the dark”,

Fabio “FaOut”, Izabela “IzaBeats”, Valdemar "Geezmo", Elizandra "Ellie", João "Mu'gambi", Gabriel "O F F".

Musicoterapeuta: Julia Ferreira

Pesquisador Acadêmico: Matheus Trucolo

Ilustradora:Paula Botelho

Ouvinte de Lo-Fi: Rafaela Diniz


Ficha Técnica da Produção:

Direção: Gustavo de Castro e Murilo Cunha

Roteiro e Pesquisa: Caique Antunes, Felipe Ferreira, Gustavo de Castro e Malcolm Cotomacio

Produção Executiva: Julia Caldeira e Felipe Ferreira

Coordenação de Produção: Felipe Ferreira

Produção: Caique Antunes, Malcolm Cotomacio e Rubia Monica

Ass. de produção: Gabriel Henrique

Direção de Fotografia: Murilo Cunha

Concepção e Direção de Arte: Gustavo de Castro e Rubia Monica

Ass. de arte: Gabriel Henrique

Montagem e Finalização: Gustavo de Castro e Murilo Cunha

Cor: Murilo Cunha

Efeitos visuais: Caique Antunes, Gustavo de Castro e Murilo Cunha

Mixagem e tratamento de som: Murilo Cunha


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