Nossa colaboradora IzaBeats traz nessa semana em seu artigo, um pouquinho sobre teoria musical e a abordagem será em cima das escalas. Vale muito a pena conferir!
Escala, a mãe da melodia
Hoje o assunto é mais técnico, sem bate papo ou entrevista, vamos direto na jugular para falar um pouco sobre música e composição, inseridas no Lo-Fi, é claro!
Essa é uma série de textos mais teóricos que pretendo começar, e pra ser justa, de uma maneira que ninguém pegue o bonde andando, vamos abordar esse assunto beeeem do início. Começando com ela, muitas vezes taxada como chata, mas que é mãe da melodia... eu tô falando da escala!
Não se preocupe, o texto de hoje vai ser didático sim, mas vou dar o meu melhor pra isso aqui não parecer uma apostila. Esse estilo de texto se trata de um formato novo, então o seu feedback é muito importante pra a gente poder melhorar sempre!
Aprender escala pra que?
Acho que o ponto principal para que a gente goste do que estamos estudando, é enxergar como esse conhecimento adquirido poderá ser útil lá pra frente, então começaremos por aí!
Durante a faculdade de música eu estudava milhares de solfejos de escalas numa matéria chamada 'L.E.M.: Leitura e estruturação musical', depois de dois anos de curso um aluno perguntou pra professora: “ok, já sabemos montar na partitura, tocar, cantar e nomear os acidentes de todas as escalas! E agora, usamos isso pra que?”
Existem muitos músicos que se limitam a ler uma partitura e reproduzir o que está ali, nesse caso a escala não vem muito a calhar e é por isso que pra essas pessoas é difícil entender a utilidade da mesma. A escala é antes de tudo uma ferramenta criativa, uma facilitadora pra compor suas melodias, harmonias, improvisações e rearmonizações!
Não existe coisa mais estéril que aprender algo sem saber sequer como utilizar esse recurso, e é por isso que estou aqui hoje! Não só pra te ensinar as escalas, mas pra te ensinar a sua utilização!
VAMOS LÁ!
Da maneira mais enxugada possível, uma escala musical é uma sequência ordenada de notas. Existem diversas escalas, mas hoje vamos nos concentrar nas mais comuns: Escala maior e escala menor natural.
Essas escalas são formadas por uma fórmula que sequência tons e semitons. Semitom é a menor distância entre uma nota e outra (existem os comas que são menores ainda, mas não vamos falar disso agora). Um exemplo de intervalo de semitom é o mi - fá, ou si - dó, notas facilmente encontradas nas teclas brancas do seu teclado, ou no seu violão! Já o Tom é a soma de dois semitons, um exemplo seria dó – ré, ou si – dó#.
A escala maior utiliza a sequência de: Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom
Então partindo deste pressuposto, se estivermos trabalhando com uma música que esteja na tonalidade de dó maior, vamos partir do dó como a primeira nota e em seguida tocar a sequência de tons e semitons:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si
Dó é o exemplo mais comum, mas podemos começar de qualquer nota e seguir tocando os tons e semitons na sequência da escala maior pra formá-la, como no quadro a seguir:
(# sustenido significa meio tom acima)
Já no caso da escala menor natural a sequência é um pouco diferente:
Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom
Essa sequência constrói as escalas menores a seguir:
(O símbolo “b” é bemol e quer dizer meio tom abaixo e “bb” é o dobrado bemol, que significa 1 tom abaixo)
Decorar é bom, mas entender e saber fazer é mais! Então caso você esteja pensando em decorar todas as notas de cabeça, eu recomendo que você gaste seu tempo e energia botando as notas em baixo dos seus dedos!
Como funciona na prática:
Pronto, agora você já sabe como formar as escalas! Existem diversas utilizações pra uma escala e eu vou falar sobre as 3 principais:
1) Ferramenta de composição: Através do uso da escala você pode saber as notas que estão disponíveis pra criar a melodia da música. Por exemplo, se você estiver compondo um Lo-Fi em ré menor saberá que as notas disponíveis são as notas da escala de ré menor, ou seja: RÉ-MI-FÁ-SOL-LÁ-SIb-DÓ
2) Ferramenta de improvisação: A improvisação nada mais é que uma composição em tempo real, logo, todo conhecimento utilizado na hora de compor é muito bem-vindo para improvisar! Ter as escalas em baixo dos dedos é muito importante pra que você se sinta livre na hora de improvisar e não precise focar em nada além de se expressar!
3) Campo Harmônico: Campo harmônico é um conjunto de acordes formado a partir de uma escala que funciona basicamente como um mapa dos acordes disponíveis em certa tonalidade. Você também pode usar ele na hora de compor, tirar uma música de ouvido e até pra rearmonizar! Este é um assunto mais complexo e vai ficar pra outra hora, mas é imprescindível conhecer as escalas antes de estudar o campo harmônico!
Vou me despedindo por aqui, mas se você quiser continuar o estudo escolha uma escala maior e uma escala menor aleatoriamente, e tente identificar as diferenças entre a sonoridade maior e menor, entender a sonoridade das escalas vai te ajudar na hora de deixar a melodia consoante com a sensação que você deseja transmitir por meio da música!
E mais uma vez, pedimos o seu feedback sobre esse material. Comente aqui no site, comente no post no instagram, divulguem! Vocês são nosso combustível e é por vocês que dedicamos esse tempo para trazer conteúdo de grande valia. Até a próxima!
Muito bom o conteúdo, curto bastante lofi e produzo esse gênero a pouco tempo. Legal saber que tem um site sobre. 😀