Hoje o papo é sobre elas, as mulheres mais low fidelity da cena brasileira! Conteúdo preparado por IzaBeats, a nossa mais nova colaboradora.
Arte por: Paula Botelho (@paulabot)
Poucas mulheres, Muita qualidade
“Por mais contraditório que pareça, elas estão trazendo um low fidelity de alta qualidade!" IzaBeats
Muitas pessoas questionam, e até lamentam, o fato de não encontrarem tantas mulheres produtoras, comparado ao número de produtores, e sim, essa discrepância é inegável. Hoje, elas estão sim em menor número, mas não deixam a desejar em nada e estão com um nível de musicalidade e produção altíssimo!
Não vou ficar aqui contextualizando todo mundo sobre as diversas maneiras em que nós mulheres somos subestimadas no mundo da música. Nós já estamos cansadas de vivenciar isso, e vocês de saberem! Hoje, esse espaço é pra mostrar à vocês a trajetória, influências e contar um pouco da carreira de algumas delas!
Com vocês, elas:
"Escolhi gêneros mais simples como o lo-fi e o bedroom pop, porque vejo certo charme e até uma teimosia em não aceitar os padrões encaixotados e pouco dinâmicos da música pop comercial." NAY NAY
Nay Nay é natural de Londrina, tem 23 anos e a sua principal influência no mundo da música é Adriana Calcanhoto. Ela descobriu uma afinidade com a música desde cedo, se formou em direito e desde então passou a se dedicar inteiramente à música!"Enquanto cursava faculdade (Direito, pois é, não fazia ideia do que estava fazendo), eu estava mais focada em tutoriais do youtube sobre o FL Studio do que nas aulas de direito tributário haha"
Hoje Nay Nay divide seu tempo entre lives da Twitch, onde também produz músicas ao vivo, e edições de Podcasts. A londrinense já tem colhido grandes frutos com o seu trabalho:"No youtube tenho feito versões lo-fi de músicas que eu não aguento mais ouvir! Tem um lo-fi de barões da pisadinha "Basta você me ligar" que está com 400 mil views. Tô em choque até agora!"
"Eu gosto muito de reverb, synths e uma vibe mais sad. Acredito que essas são características minhas e que sempre estarão presentes de alguma forma nas minhas composições." Layla Policarpo
Aos 26 anos, Layla Policarpo, com uma mescla entre os estilos Lo-Fi, Chillpop, R&B, Pop e Indie, é mais uma mulher que tem cumprido o papel de representatividade dentro do Lo-Fi, gênero que ela conheceu em meados de 2017 através das rádios 24 horas do youtube.
Em 2018 a mineira lançou o seu primeiro EP Lo-Fi intitulado "Gravity", com cinco faixas autorais e que está disponível em todas as plataformas digitais.
"Acabou sendo natural produzir lo-fi, pois eu sempre curti Trip Hop, música instrumental, downtempo. Usar as máquinas para fazer os beats me ajudou a conseguir a estética lo-fi." Rafa Jazz
Rafa Jazz, 34 anos, paulista e com muita bagagem.
Com influências que partem do Jazz, Soul e Funk. Rafa começou a ter um contato mais profundo com a música em 2006 quando escrevia para o blog "Notas Agudas", onde compartilhava pesquisas musicais, e desde então nunca mais parou! A aproximação com o Lo-Fi surgiu a partir do momento em que adquiriu uma Roland SP555.
Em 2018 começou também um lindo projeto chamado "Mulheres que fazem Beats" com o intuito de trazer mais mulheres para a cena beatmaker! O sucesso levou Rafa Jazz a conquistar lugares de grande valia:"Também sou integrante da Beat Brasilis Orquestra, a primeira orquestra do mundo composta apenas por beatmakers".
"Samplear é algo que gosto muito. Então faço os recortes, monto a bateria e vou desenvolvendo de acordo com o que o som tá pedindo." AD MOON
Antes de fazer música de fato, AD MOON já era uma ouvinte assídua do Lo-Fi, e sobre os motivos que a levaram a produzir a mineira afirma: "Sempre gostei e me identifiquei muito com a estética Lo-Fi, mesmo antes de começar a produzir. Sinto que é onde mais me sinto em casa, então já comecei a fazer beats explorando isso."
Este ano AD MOON lançou seu disco "Oceânico" em todas as plataformas digitais. Um álbum que proporciona ao ouvinte uma atmosfera calma desde a estética da capa!
E por falar em capa, a ilustração desta matéria e de autoria da Paula Botelho, uma das ilustradoras mais talentosas deste país e que vem ganhando um espaço incrível através de capas de álbuns, playlists e materiais de divulgações. Hoje, Paula Botelho é sem dúvidas o maior destaque do cenário brasileiro dentro do Lo-Fi. Mostrando que as mulheres estão sim, em todos os cantos, e o que falta mesmo é você notar!
Estamos aí, bastam notar
Ao contrário do que aparenta ser, há muitas produtoras de Lo-Fi Brasil! Mulheres com histórias e músicas incríveis, das quais eu gostaria muito de contar, mas assim o texto ficaria muito extenso, mas vale mencionar Ellie Erfolg, Miyuki Kuzuoka, Bia Caroline, e eu que vos escrevo, IzaBeats!
Como últimas palavras, peço que você, ouvinte e leitor, vá agora escutar e conhecer à fundo o trabalho dessas produtoras, depois me agradeça pela dica!
Meu... esse texto ficou incrivel.
Atenciosamente,
Leo.drummer - https://open.spotify.com/artist/7gwqxYpgDJabcweudcwoUd